Liberdade criativa exercitada em cores, materiais e mobiliário – dá para resumir assim a reforma que nosso diretor criativo Mauricio Arruda fez nesta cobertura dúplex na zona oeste de São Paulo. São 80 m² de área em cada pavimento, sendo que as áreas comuns ficam no andar de baixo e, em cima, há uma grande cozinha com o restante da cobertura livre.
Logo na entrada, uma mesa de centro alta (Passado Composto Século XX) cumpre a função de aparador e apoia ainda a coleção de vasos alemães da década de 1970. A obra na parede tem a assinatura de Francisco Domingos da Silva, da Galeria Estação. Tapete da Botteh. Calmaria Verde, da Tintas Coral, é o nome da cor que preenche o espaço social. O tom aparece também nas cortinas da Donatelli Tecidos e se aproxima do boucle que reveste o sofá Percival Lafer. Na parede, tapeçaria de Jacques Douchez vinda da Passado Composto Século XX. A cadeira com três pés tem o traço de O Ebanista e a mesa é da Apartamento 61. A cadeira de bambu é uma herança de família. Tudo sobre o tapete da Phenicia Concept.
O segundo trecho do estar tem mesa de Sergio Rodrigues com tampo de travertino nacional, mesma pedra que aparece no lavabo. A cadeira ao fundo é obra de Jorge Zalszupin. A paleta consegue se manter simultaneamente natural e vintage. No canto, o abajur Paraty, da Geoceramica, tem desenho de Mauricio Arruda.
A área social é totalmente integrada e recebeu o assoalho Tauari Matte, da Indusparquet. À esquerda, o estar tem sofá modular da Menu Casa e telas coloridas de Neves Torres, da Galeria Estação. O quadro menor é de artista desconhecido. A escada (execução da Serralheria Baltieri) que leva à cobertura aquece um pouco mais a paleta da cozinha, assim como a bancada de granito Brasília e a marcenaria da Marcato Móveis no padrão Rosa Glamour, da Duratex. A cor, que passeia entre o terracota e o vermelho é a Sequoia Antiga, da Tintas Coral.
Queria uma casa colorida, experimental, onde pudesse misturar o étnico com design nacional, arte popular, traços contemporâneos e vintage
A cozinha do andar de baixo combina leveza e funcionalidade. A bancada de granito Brasilia ganhou acabamento escovado e quinas arredondadas. Ao fundo, mais armários: o MDF agora é no padrão Nogueira Cadiz, também da Duratex. Aplicados diretamente sobre a superfície de pedra sinterizada, os queimadores da Stone Cooking chamam a atenção na cozinha pela sua elegância.
O quarto de hóspedes também pode ser home office. A cama patente garimpada ganhou a companhia da mesa de cabeceira de Geraldo de Barros. Veio da Dpot Objeto o conjunto de escrivaninha e cadeira. Em cima dela, esculturas da Vitra e a cobra de Noemi Saga.
Bem diante do quarto de hóspedes fica o lavabo com chuveiro – ou banheiro social – que atende as visitas. O piso é um ladrilho hidráulico no padrão granilite (padrão Mozart, da Gauss Revestimentos), e faz conjunto com a pia esculpida feita com travertino nacional. Note que lá do alto, a luz que entra é natural: desenhamos uma claraboia já que esse banheiro não tem janelas, mas fica sob a parte descoberta do terraço. Espelho vintage da Galeria Teo.
Bege é o tom que reina no quarto, sinônimo de tranquilidade. Há armários sob a janela e diante da cama – ali, um nicho hoje ocupado por objetos e pequenas obras de arte reserva espaço para abrigar uma TV caso essa vontade apareça no futuro. Tapete da Botteh. Sobre a mesa de cabeceira, quadros de Deni Lantz, da Galeria Estação
O trecho de passagem entre o quarto e o banheiro da suíte virou um pequeno vestíbulo. Quadro de Bruno Gomes para Tok & Stok. Uma mudança no layout do apartamento fez com que a área de banho da suíte ocupasse o espaço da antiga lavanderia. O cabideiro da Dpot é companhia para o retrato de um jovem Basquiat. Tapete da Botteh.
A fartura de luz natural que entra pelo canto do boxe permitiu escolher um tom mais fechado para o espaço – cor Canto Moderno, da Tintas Coral – e um piso com aparência de granilite, o padrão Mozart, da Gauss Revestimentos. Um travertino cinza molda a bancada dupla com gabinete de MDF no padrão Azul Astral, da Duratex. Arandelas da Goldenart e misturadores da Docol.
A cozinha do segundo andar reservou as cores apenas para as obras de arte de Mirian Inêz da Silva, vindas da Galeria Estação, e permanece preto e branca. Mesa e cadeiras já pertenciam ao acervo do proprietário. Passadeira da Botteh. O mármore Calacata Michelangelo Prime ocupa bancada, frontão e prateleira superior. É uma combinação inusitada com a marcenaria de MDF preto (padrão Absoluto, da Duratex) fresado, puxadores com textura recartilhada e, destaque, a farm sink branca da Kohler. Metais da Docol.
O canto junto da escada ganhou ainda uma torre quente com eletrodomésticos de aço inox da Consul.
Ao fundo, o banheiro do andar tem um banco com o mesmo ladrilho hidráulico que esconde tubulações e faz o papel de banco de apoio. A pia esculpida usa mármore Rosa Bahia. Espelho vintage da Galeria Teo.